Programa Juntos pela Saúde lança cinco novos projetos para fortalecer o SUS no Norte e Nordeste do Brasil

Em 2024, o Programa Juntos pela Saúde, iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, se expandiu para todos os estados da região Norte e Nordeste do Brasil, apoiando o Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Ao todo foram dez novos projetos aprovados, sendo cinco deles selecionados por meio de fomento estruturado. Esta modalidade é destinada a projetos indicados pelos apoiadores que estejam alinhados com os objetivos do programa e que recebem apoio técnico do IDIS na sua estruturação. 

Com novos aportes, serão quase R$20 milhões a mais investidos em projetos de fomento estruturado, que contemplam mais de 2.000 municípios, aproximadamente, nos 16 estados do Norte e Nordeste do país. Por meio de uma estratégia de matchfunding, na qual o recurso captado tem seu valor dobrado ampliando o alcance e impacto das ações, doações do BNDES e outros três apoiadores (capital filantrópico), viabilizaram o apoio a cinco novas propostas que agora compõem o portfólio de projetos do Juntos pela Saúde. Ao todo, para estas novas iniciativas, o Fundo Vale destinou R$1 milhão, a Fundação Novartis mais de R$2,6 milhões e a Umane destinou mais de R$6 milhões.

Como eixo comum entre os projetos, destaca-se o enfoque no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no âmbito do SUS. Entretanto, os diferentes executores têm projetos bastante diversos abrangendo desde o cuidado com gestantes e hipertensos e a construção de infraestrutura para viabilizar o atendimento do SUS na Amazônia Legal, até a identificação e prevenção de epidemias respiratórias, e o aprimoramento do cuidado de Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNT) e da saúde ocular dos brasileiros.

Conheça um pouco mais de cada um dos projetos apoiados:

AfluentesExecutado pelo Instituto de Estudos e Políticas para a Saúde (IEPS) com apoio do BNDES e parceria com a Umane, o projeto tem como objetivo principal reduzir a morbidade e a mortalidade associadas às falhas no cuidado de gestantes e de hipertensos em áreas desassistidas da Amazônia Legal. Para que isso seja possível, serão realizados diagnósticos das linhas de cuidado da Atenção Primária à Saúde (APS) relativas à hipertensão e pré-natal na região do Baixo Amazonas de forma a posteriormente desenvolvê-las por meio de tecnologias gratuitas. Serão beneficiárias as Secretarias Municipais de Saúde de seis municípios do estado do Pará.

Sistema de Antecipação de SurtosComandado pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), apoiado pelo BNDES e em parceria com a Umane, o projeto desenvolverá e implantará um sistema de alertas antecipados, geograficamente localizados, para identificar previamente surtos respiratórios a partir do monitoramento contínuo dos atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS). Para isso, o projeto pretende estar  presente em nas capitais do Norte e Nordeste, posteriormente expandido  para demais cidades das regiões. 

CARDIO Executado pela Beneficência Portuguesa (BP) e com apoio do BNDES e Fundação Novartis, o projeto pretende transformar o cenário das Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNT) e desfechos clínicos, buscando reduzir as taxas de morbidade e mortalidade. Para isso, ampliará a implementação da metodologia CARDIO, que será ajustada às necessidades e aos aspectos culturais dos territórios contemplados, beneficiando mais de 30 municípios da Paraíba, Ceará e Pará.  

SUS na Floresta Com execução da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), apoio do BNDES e parceria com o Fundo Vale e a Umane, o projeto tem como objetivo principal a construção de um ponto de apoio na Reserva Extrativista do Rio Gregório, no município de Eirunepé, no Amazonas. O ponto de apoio conterá infraestrutura para receber os atendimentos do SUS na região, com capacidade de realização de consultas odontológicas e telemedicina, e atendimento de aproximadamente da comunidade ribeirinha da região. 

V.E.R. – Visão Em RedeCom execução da Fundação Altino Ventura (FAV), apoio do BNDES e parceria da Umane, o projeto promoverá avanços na saúde oftalmológica da população brasileira por meio da ampliação do o e da utilização de metodologias digitais inovadoras. Para tal, será executado um projeto piloto no município de Serra Talhada, em Pernambuco, no qual será desenvolvida uma plataforma com novas tecnologias que poderá ser integrada às interfaces do SUS e às políticas de saúde existentes, tendo potencial de adoção em todo o território nacional.

#ForumIDIS2020: Juntos por uma causa – a união histórica de três grandes bancos pela Amazônia

29A preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico na Amazônia foram assuntos bastante presentes no debate público nos últimos anos. 0829ONGs, empresas e filantropos e até outros países cobram do governo uma posição que leve em consideração as populações e a cultura e os saberes locais, a sustentabilidade, o enfrentamento às mudanças climáticas e a manutenção da biodiversidade. Ao mesmo tempo, desenvolvem também ações que contribuem à esta complexa agenda. Neste , convidamos representantes dos bancos Bradesco, Itaú e Santander para compartilhar sua história de colaboração em prol da Amazônia, iniciativa que teve início com o enfrentamento à pandemia e evoluiu para uma agenda para apoiar a região, alinhada ao negócio dos bancos e com componentes de advocacy.

Karine Bueno, head de sustentabilidade do Santander, abriu o apresentando os quatro pilares prioritários da ação: culturas sustentáveis, considerando o financiamento aos pequenos produtores, engajamento do setor pecuarista para atuação conjunta no combate ao desmatamento, regulamentação fundiária e biodiversidade, com uma visão que inclui desde o extrativismo à industrialização. “Não há desenvolvimento pleno do Brasil se não há desenvolvimento pleno da Amazônia, na maior potencialidade que ela tem.” comenta.

A região foi uma das mais afetadas no início da pandemia, com o sistema de saúde em colapso e enormes desafios logísticos. Luciana Nicola, Superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú/Unibanco, contou a história do Todos pela Saúde na Amazônia, resposta do banco à pandemia que mobilizou R$ 1 bilhão em ações na região e que dada as especificidades do sistema de saúde local, é pensada para se tornar permanente. “Percebemos também que uma questão tão complexa como a que identificamos na Amazônia só poderia ser enfrentada com união. Em nossas reuniões os crachás ficam do lado de fora e juntos podemos gerar mais impacto”, relata.

A gerente de sustentabilidade corporativa do Bradesco, Julia Spinasse, destacou que o diferencial do Plano Amazônia é que a questão ou a integrar efetivamente o dia a dia dos negócios, com equipes e grupos de trabalho sendo formados para tocar as frentes prioritárias. Por outro lado, reforçou que esta agenda vai além dos bancos: “Temos um plano ambicioso e é importante que os filantropos e a sociedade como um todo entendam como podem contribuir para essa agenda positiva na Amazônia. Os desafios são grandes, mas as oportunidades são maiores”, afirma.

Para apoiar a iniciativa, foi criado um conselho consultivo, com sete experts na região. Um plano de trabalho foi criado, baseado em 10 medidas para a região e o diálogo constante com os atores locais é premissa para que ele se desenvolva. A diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, que mediou a sessão, encerrou dizendo que precisamos ter um capitalismo mais sustentável e que cuide de nosso planeta.

Assista aqui ao completo:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto A, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.